quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Fosfenismo {Francesc Celma} (Português/Espanhol)

Símbolo do fosfenismo, desenvolvido pelo médico Francis Lefebure


Desde a origem dos tempos o homem tem buscado a luz, tem se rodeado de luz, desejado ser luz, ter, dar e receber luz, sua luz interior, a luz da alma, a luz que lhe guia, a luz que lhe nutre, a luz que lhe conforta. A humanidade, portanto, embasou toda sua evolução espiritual em conceitos vinculados à luz. 


Todas as religiões, todas as iniciações, todos os ritos de expansão da consciência utilizam a luz como eixo central de seus ensinamentos que, ademais, indefectivelmente se dirigem à luz primordial e que segundo eles, ilumina seu caminho e seu devir.


Um marco sem precedentes na história da humanidade é o descobrimento do fogo. O fogo permite ao homem aquecer-se, cozinhar os alimentos, afugentar os animais, etc. Nesse momento, não existe ao redor do fogo ainda nenhuma liturgia, nenhuma poesia, nenhuma manipulação do conceito inerente à palabra fogo, isto é, a luz. Efetivamente, falar de fogo é falar de luz, mas nessa época primigênia essa luz recém descoberta devia ser vigiada sem cessar, já que esse dom divino acabado de se descobrir desapareceria subitamente por um descuido… Perdê-la devia ser catastrófico e provavelmente em alguma ocasião assim ocorreu. Sempre, em todo momento, em toda circunstância, o fogo devia estar vigiado, a sobrevivência do grupo dependia do cuidado com que essa vigilância fosse feita. O personagem encarregado de vigiar o fogo, isto é, a luz, acabou convertendo-se no xamã do grupo, no personagem mais importante, nesse tipo de sociedade. Um sujeito que não só entesourava o poder da cura ou o poder da vidência, mas também ostentava a liderança política do grupo, definitivamente. O xamã, o guarda do fogo, era o ser mais proeminente dessas sociedades primitivas.



O clã, o grupo, não fazia mais do que ser guiado por um observador da luz, por um guardião do fogo. A partir desse momento todos os ritos, todas as iniciações, todas as religiões se basearam nessa observação da luz. Quando dizemos todas queremos dizer todas. A necessidade de liderança, de distinção, de poder, ao longo da história, fez com que os personagens que no passado controlaram a ciência da luz não explicassem os segredos da mesma mais que a um reduzido grupo para assim, em meio ao mistério, edificarem impérios. Às vezes é difícil, se não se tem a informação, dar-se conta deste denominador comum presente em todos os processos de ativação psicológica e espiritual. Por exemplo, quando falamos da luz falamos do sol, do céu luminoso, dos reflexos do sol na água ou também em qualquer superfície polida, da observação das estrelas, da observação da lua, dos exercícios de fixação do olhar em uma vela, etc., de um modo ou de outro sempre se tem procurado olhar a luz. 


Alexandra David-Neel foi uma reconhecida investigadora dos exercícios que se realizavam no Tibete. Ela descobriu que havia um volumoso, secreto e bem guardado livro que explicava como interpretar os signos que aparecem quando se observa fixamente o sol. O imperador romano Juliano, (chamado o apóstata, o que renega sua fé) que chegou a ordenar a seus soldados rezar olhando fixamente para o sol (a observação fixa dura só dois ou três segundos), foi um dos muitos que foram iniciados no culto solar da religião de Mitra.


Imagina Deus como uma luz na luz é uma frase importante no Corão. Os incas rezavam olhando o sol. Em Fátima, 70.000 pessoas vieram dançar, tremer enquanto escureceu-se o sol. Assim, 70.000 pessoas olharam o sol. Em Saint-Paul-d’Espis (Tarn y Garona, França), em 1947, se produziram quatro “prodígios solares” parecidos aos de Fátima diante de vários centenas de pessoas. A Igreja proibiu aos fiéis e ao clero publicar qualquer coisa referente a essas “danças do sol”. A razão desta proibição é clara: como o começo e o desenvolvimento eram parecidos aos de Fátima, e também aos de Tilly-sur-Seulles (Calvados, França) por volta de 1900, haveria resultado evidente, ao compará-los, que o que ocorreu em Fátima não foi uma “suspensão das leis naturais”, mas um fenômeno científico estudável. Etimologicamente a palavra adoração provém do latim adorare, que quer dizer “rezar”, de modo que, quando se fala de adorar o sol se está falando de rezar olhando fixamente o sol como fazem os zoroástricos. A definição da palavra “mago”, segundo os dicionários, é sacerdote de Zaratustra... O taoístas foram perseguidos por explicar os segredos de seus senhores. Eles praticavam observações fixas do reflexo do sol em um espelho e dos reflexos da lua sobre uma concha bem polida. Os cátaros rezavam olhando fixamente o sol, porque segundo diziam, Cristo assim o havia ensinado. Seu refúgio, o castelo de Montsegur, foi construído como um templo solar. A luz impulsiona em direção ao bem - Maniqueu (Les cathares de Montségur, Fernand Niel, Ed. Berghers), por isso, havia ordenado aos maniqueus que rezassem sete vezes ao dia olhando fixamente o sol. Foi condenado à morte pelo clero zoroástrico da época, que não queria este retorno às fontes. Segundo certas tradições, em suas origens, os peregrinos de Santiago de Compostela utilizavam a concha como pequeno recipiente para pôr água e deviam rezar olhando fixamente o reflexo do sol nessa água.




Nos Mistérios de Elêusis o iniciado era recluso em uma cova e devia olhar uma tocha para mais tarde, com os olhos vendados, observar o que passava em seu campo visual. Nesse momento devia pensar em uma espiga de trigo. Desvelar o segredo levava à pena de morte. No Egito foi Akenaton quem instaurou o culto ao sol. Após sua morte os sacerdotes fizeram desaparecer completamente os traços de sua lembrança. Os imperadores chineses recebiam o nome de filhos do céu porque segundo se dizia, obtinham seu poder do céu. A religião arcaica chinesa era um culto do céu luminoso. Os lamas tibetanos até hoje praticam com freqüência a observação fixa do céu luminoso e das estrelas. Os imperadores japoneses eram chamados os filhos do sol, porque o xintoísmo é um culto solar. O Buda pertencia a um povo onde seus membros eram chamados os descendentes do sol. No mito xintoísta a deusa do sol mandou seu sobrinho à terra dando-lhe um espelho e uma mensagem: venera este espelho como veneras a nós. Os celtas praticavam a observação fixa dos reflexos do sol na água para desenvolver o dom da adivinhação. O monte Athos, célebre promontório grego coberto de monastérios, foi citado por Heródoto como sítio monástico. Sua vocação mística é, portanto, anterior ao cristianismo e foi cristianizado posteriormente. É um fóssil vivo dos métodos místicos pre-históricos. Ainda hoje, alguns monges recitam a Bíblia olhando fixamente o sol nascente e depois projetam o olhar no umbigo.



Pode ser que, a esta altura, possamos convir, a maioria de nós, que a frase Deus é a luz que guia os homens, pode, deve e tem outro significado neste momento.


O Doutor Lefebure descobriu que quando se observa fixamente uma luz, uma “lâmpada fosfênica” (é imprescindível trabalhar com o material especializado criado pelo Fosfenismo para evitar riscos oculares), aparece no campo visual uma imagem que denominamos “fosfeno”. Esta imagem, longe de ser simplesmente uma imagem de persistência retiniana, é um elemento vinculado a nossa atividade cerebral, psicológica, emocional e espiritual. Assim, trabalhar com o fosfeno com os exercícios de Fosfenismo, favorece a ideação, a concentração, a criatividade, a motricidade, a intuição, etc., além de desenvolver as capacidades sutis e espirituais do indivíduo. Isto é, potencializa a inteligência e a espiritualidade. Nada diferente do que nos dizem todas as religiões, mas desta vez com a possibilidade de compreender o que fazemos, dirigir a nosso bel-prazer essa fantástica força interior para o aspecto que criamos oportunamente, com autonomia, sem restrições, com a alegria própria que dá a consciência e o controle que proporciona, sem dependências, sem álibis. E tudo isso de um modo tão e tão fácil que parece incrível. Estamos acostumados ao pedantismo do complexo, à subordinação do revés, que às vezes não levantamos o olhar para contemplar o evidente, que quando se manifesta, atinge continuamente nossa consciência em forma de sensação, uma sensação extremamente familiar para os praticantes do Fosfenismo.




Pense em uma casa. Já está aí? Bem, agora essa imagem que está dentro de sua cabeça, que você sabe que está, mas eu não, demonstre-me que existe; seu pensamento é seu e só seu, é uma percepção subjetiva, mas como todos a vivenciamos, a convertemos em objetiva. Conhece algo que esteja você pensando ou sentindo que possa exteriorizar-se? Os teósofos falavam das formas-pensamento. De algum modo se especula que ao se pensar em uma casa em seu campo vital se cria efetivamente uma imagem de uma casa. De acordo, mas, pode você emprestar-me sua casa? Não. 


Vamos imaginar que olhamos a “lâmpada fosfênica” do Doutor Lefebure. Durante trinta segundos olhamos uma luz especial, extremamente agradável, muito relaxante e com características de temperatura, de cor e de espectro solar, excepcionais, de modo que se utiliza como luz natural; se passado esse tempo fechamos os olhos, em nosso campo visual aparece um sol maravilhoso, se manifesta com vida própria, com um ritmo e com um constante surgir de cores que seguem padrões específicos vinculados a nossa atividade cerebral durante aproximadamente três minutos. 


Este sol interior, por certo ponto nevrálgico de todas as iniciações, o vemos você o seu e eu o meu, correto? Assim como a casa. O que ocorre é que podemos demonstrar, graças aos trabalhos do Doutor Lefebure, que tem relação direta com o comportamento mental, psicológico e espiritual da pessoa. Entendido isto, continuemos brincando. Realizamos a experiência uma vez mais, ambos olhamos a “lâmpada fosfênica” trinta segundos e olhamos nosso fosfeno durante três minutos que é parecido com o anterior, não igual - existem sutilezas nas cores, mas poderíamos convir que é parecido.


Agora faremos um fosfeno você e eu de novo. Você fechará os olhos como anteriormente, mas eu não. Com os olhos abertos vou projetar meu fosfeno sobre você, exatamente igual a que se você pensasse em minha casa, só que nesta ocasião verei meu pensamento, o fosfeno. Para sua surpresa sua luz interior, seu sol interior, mudará com relação às experiências anteriores de uma forma excepcional. Você se verá claramente modificado, inclusive, provavelmente veja meu fosfeno dentro do seu. Não é tudo. Freqüentemente a pessoa que realiza a experiência sente algumas sensações físicas muito marcantes.


Meu pensamento se exteriorizou e foi capaz de modificar seu fosfeno. Que espetacular, que impressionante, que caudal energético para utilizar. Que fantástica energia é capaz de, após trinta segundos, trasladar-se e interagir com uma realidade externa desse modo? A luz, o fosfeno, o Fosfenismo.


Isto, que por si só já é absolutamente fantástico e revolucionário, não é nada comparado com o descobrimento de que a energia da luz, o fosfeno, mesclada com um pensamento, traslada toda a força, toda a energia lumínica, essa capaz de exteriorizar-se, ao pensamento associado. Razão pela qual todas as culturas observam a luz, jamais de um modo poético ou marginal, nunca unicamente como elemento de sobrevivência, sempre como um acelerador dos processos mentais e vitais. O problema sempre foi que vivemos a luz com intermediários, xamãs, gurus, iluminados, e um longo, tedioso e conhecido caminho, etc., e o custo de nossa aprendizagem, de nossa evolução, se encareceu.É o que sucede normalmente com os intermediários.




Não fazemos nada sem nossa mente, nossas emoções e nosso espírito. Assim, se o fosfeno as amplifica, imaginamos o que podemos fazer com ele? Tudo. A luz é vida, a vida é luz. 


Se algo é complicado, não é interessante. O Fosfenismo não é complicado, é extenso; analisa todos os processos de ativação da consciência. A luz é um deles, mas não o único. Existem outros denominadores comuns na história evolutiva de nosso cérebro utilizados por todas as culturas e religiões que o Fosfenismo explica e põe ao alcance de todo o mundo. 


Desde sempre os cientistas, os físicos mais concretamente, buscam sem cessar o que denominam as leis do todo, a teoria unificada, a superforça. Com a física quântica estão muito mais próximos de conseguí-lo. Atualmente se fala da teoria das cordas e das supercordas, que seriam os elementos últimos responsáveis da realidade tal e como a conhecemos. O que as leis da física pretendem ser para o mundo quântico são os descobrimentos fosfênicos para o mundo espiritual e de expansão da consciência. É absolutamente incrível que milhares de cientistas trabalhem para compreender de que está constituída nossa realidade física e nenhum se ocupe das leis que governam nosso desenvolvimento espiritual. É incrível que não se tenha realizado nenhum esforço em buscar uma síntese de tudo o que o homem ao longo da historia fez para evoluir mental e espiritualmente, exceto naturalmente, o Doutor Lefebure. O Fosfenismo explica todas as técnicas iniciáticas à luz do raciocínio científico para colocá-las ao alcance de todo o mundo. Ninguém tinha feito eco do fato de que todas as culturas utilizam a observação do número de pontos de luz, mas esta constatação por si importantíssima, não seria nada sem a explicação científica do como e do porque essa luz, desejada por toda a humanidade, ativa nosso cérebro, nossa psique e nosso espírito.


Por essa razão, não podemos falar do Fosfenismo como uma técnica mais, como um método mais, como uma terapia mais, do mesmo modo que não podemos falar da física quântica de vanguarda em termos de tendência, de moda ou de hipótese. Tanto um como o outro esquadrinham os fundamentos, um da espiritualidade e o outro da realidade física.


Se torna, então, mais evidente a frase com a que termino os prólogos dos livros editados em espanhol: quien no haya quedado fuertemente impresionado por el Fosfenismo, es que no lo ha entendido (quem não tenha ficado fortemente impressionado pelo Fosfenismo, é porque não o entendeu).


Versão original em Espanhol:


Desde el origen de los tiempos el hombre ha buscado la luz, se ha rodeado de luz, ha intentado ser luz, tener, dar y recibir luz, su luz interior la luz del alma, la luz que le guía, la luz que le nutre, la luz que le reconforta. La humanidad, de hecho, ha basado toda su evolución espiritual en conceptos vinculados a la luz. 


Todas las religiones, todas las iniciaciones, todos los ritos de expansión de la conciencia han utilizado la luz como eje vertebrador de sus enseñanzas que, además, indefectiblemente se dirigen hacia la luz primordial y que según ellos alumbra su camino y su devenir.


Un hito sin precedentes en la historia de la humanidad es el descubrimiento del fuego. El fuego permite al hombre calentarse, cocinar los alimentos, ahuyentar a los animales, etc. En ese momento no existe alrededor del fuego ninguna liturgia, ninguna poesía, ninguna manipulación del concepto inherente a la palabra fuego, es decir la luz. Efectivamente, hablar de fuego es hablar de luz, pero en esa época primigenia esa luz recién descubierta debía ser vigilada sin cesar, que ese don divino acabado de descubrir desaparecieran súbitamente por un descuido… Perderla debió ser catastrófico y probablemente en alguna ocasión así sucedió. Siempre, en todo momento, en toda circunstancia, el fuego debía estar vigilado, la supervivencia del grupo dependía del cuidado con que esa vigilancia se efectuará. El personaje encargado de vigilar el fuego, es decir, la luz, acabó convirtiéndose en el chamán del grupo, en el personaje más importante, en ese tipo de sociedades. Un sujeto que no sólo atesoraba el poder de la sanación o el poder de la videncia, también ostentaba el liderazgo político del grupo, en definitiva. El chamán, el custodio del fuego, era el ser más preeminente de esas sociedades primitivas.


El clan, el grupo, no hacía más que ser guiado por un observador de la luz, por un guardián del fuego. A partir de ese momento todos los ritos, todas las iniciaciones, todas las religiones se han basado en esa observación de la luz, cuando decimos todas queremos decir todas. La necesidad de liderazgo, de distinción, de poder, a lo largo de la historia, ha hecho que los personajes que antaño controlaron la ciencia de la luz no explicaran los secretos de la misma más que a un reducido grupo para así, alrededor del misterio, edificaron imperios. En ocasiones es difícil, si no se tiene la información, darse cuenta de este denominador común presente en todos los procesos de activación psicológica y espiritual. Por ejemplo, cuando hablamos de la luz hablamos del sol, del cielo luminoso, de los reflejos del sol en el agua o también en cualquier superficie pulida, de la observación de las estrellas, de la observación de la luna, de los ejercicios de fijación de la mirada en una vela, etc., de un modo o de otro siempre se ha procurado mirar la luz. 


Alexandra David-Neel fue una reconocida investigadora de los ejercicios que se realizaban en el Tíbet. Ella descubrió que había un grueso secreto y custodiado libro que explicaba cómo interpretar los signos que aparecen cuando se observa fijamente el sol. El emperador romano Juliano, (llamado el apóstata, el que reniega de su fe) llegó a ordenar a sus soldados rezar mirando fijamente al sol (la observación fija apenas dura dos o tres segundos), fue uno de los muchos que fueron iniciados en el culto solar de la religión de Mitra.


Imagina que a Dios como una luz en la luz es una frase importante en el Corán. Los incas rezaban mirando el sol. En Fátima, 70.000 personas vieron bailar, temblar y oscurecerse el sol. Así pues, 70.000 personas miraron al sol. En Saint-Paul-d’Espis (Tarn y Garona, Francia), en 1947, se produjeron cuatro «prodigios solares» parecidos a los de Fátima delante de varios centenares de personas. La Iglesia prohibió a los fieles y al clero publicar cualquier cosa referente a esas «danzas del sol». La razón de esta prohibición es clara: como el comienzo y el desarrollo eran parecidos a los de Fátima, y también a los de Tilly-sur-Seulles (Calvados, Francia) hacia 1900, habría resultado evidente, al compararlos, que lo que ocurrió en Fátima no fue una «suspensión de las leyes naturales» sino un fenómeno científico estudiable. Etimológicamente la palabra adoración proviene del latín adorâre que quiere decir rezar, de modo que, cuando se habla de adorar al sol se está hablando de rezar mirando fijamente el sol como hacen los zoroástricos. La definición de la palabra «mago», según los diccionarios, es sacerdote de Zaratustra... Los taoístas fueron perseguidos por explicar los secretos de sus señores. Ellos practicaban observaciones fijas del reflejo del sol en un espejo y de los reflejos de la luna sobre una concha muy pulida. Los cátaros rezaban mirando fijamente el sol, porque según decían Cristo así lo había enseñado. Su refugio, el castillo de Montsegur, fue construido como un templo solar. La luz impulsa hacia el bien, Manès, (Les cathares de Montségur, Fernand Niel, Ed. Berghers), por eso había ordenado a los maniqueos que rezaran siete veces al día mirando fijamente el sol. Fue condenado a muerte por el clero zoroástrico de la época, que no quería este retorno a las fuentes. Según ciertas tradiciones, en sus orígenes, los peregrinos hacía Santiago de Compostela utilizaban la concha como pequeño recipiente para poner agua y debían rezar mirando fijamente el reflejo del sol en esa agua.


En los misterios de Eleusis al iniciado se le recluía en una cueva y debía mirar una antorcha para más tarde con los ojos vendados observar lo que pasaba en su campo visual. En ese momento debía pensar en una espiga de trigo. Desvelar el secreto estaba penado con la muerte. En Egipto fue Akenaton quien instauró el culto al sol. Tras su muerte los sacerdotes hicieron desaparecer completamente las huellas de su recuerdo. Los emperadores chinos recibían el nombre de hijos del cielo porque según se decía obtenían su poder del cielo. La religión arcaica china era un culto del cielo luminoso. Los lamas tibetanos todavía hoy practican con frecuencia la observación fija del cielo luminoso y de las estrellas. Los emperadores japoneses eran llamados los hijos del sol, porque el sintoísmo es un culto solar. El buda pertenecía a un pueblo donde sus miembros se hacía llamar los descendientes del sol. En el mito Shinto la diosa del sol mandó a su sobrino a la tierra dándole un espejo y un mensaje: venera este espejo cómo nos veneras a nosotros. Los celtas practicaban la observación fija de los reflejos del sol en agua para desarrollar el don de la adivinación. En el monte Athos, célebre promontorio griego cubierto de monasterios, fue citado por Herodoto como sitio monacal. Su vocación mística es, por consiguiente, anterior al cristianismo y fue cristianizado posteriormente. Es un fósil viviente de los métodos místicos prehistóricos. Todavía hoy, algunos monjes recitan la Biblia mirando fijamente el sol naciente y después proyectan la mirada en el ombligo.


Puede que a estas alturas podamos convenir, la mayoría de nosotros, que la frase: Dios es la luz que guía a los hombres, puede, debe y tiene otro significado en este momento.


El Doctor Lefebure descubrió que cuando se mira fijamente una luz, una «lámpara fosfénica» (es imprescindible trabajar con el material especializado creado por Fosfenismo para evitar riesgos oculares), aparece en el campo visual una imagen que denominamos fosfeno. Esta imagen, lejos de ser simplemente una imagen de persistencia retiniana, es un elemento vinculado a nuestra actividad cerebral, psicológica, emocional y espiritual. Así pues trabajar con el fosfeno con los ejercicios de Fosfenismo, favorece la ideación, la concentración, la creatividad, la motricidad, la intuición, etc., además de desarrollar las capacidades sutiles y espirituales del individuo. Es decir, potencializa la inteligencia y la espiritualidad. Nada distinto a lo que nos han dicho todas las religiones, pero esta vez con la posibilidad de comprender lo que hacemos, dirigir a nuestro antojo esa fantástica fuerza interior hacia el aspecto que creamos oportuno, con autonomía, sin restricciones, con la alegría propia que da la conciencia y el control que proporciona, sin dependencias, sin coartadas. Y todo ello de un modo, tan y tan fácil que parece increíble. Estamos acostumbrados a la pedantería de lo complejo a la subordinación de lo enrevesado y en ocasiones no alzamos la mirada para contemplar lo evidente, que cuando se manifiesta, golpea una y otra vez nuestra conciencia en forma de sensación, una sensación extremadamente familiar para los practicantes del Fosfenismo. 


Piense en una casa. ¿Ya está? Bien, ahora esa imagen que está dentro de su cabeza, que usted sabe que está, pero yo no, demuéstreme que existe; su pensamiento es suyo y solo suyo, es una percepción subjetiva, pero como todos la vivimos la convertimos en objetiva. ¿Conoce algo que esté usted pensando o sintiendo que pueda exteriorizarse? Los teósofos hablaban de las formas-pensamiento. De algún modo se especula que si piensa en una casa en su campo vital se crea efectivamente una imagen de una casa. De acuerdo, pero, ¿puede usted prestarme su casa? No. 


Vamos a imaginar que miramos la «lámpara fosfénica» del Doctor Lefebure. Durante treinta segundos miramos una luz especial, extremadamente agradable, muy relajante y con unas características de temperatura de color y de espectro solar, excepcionales, de hecho se utiliza como luz natural; si pasado ese tiempo cerramos los ojos, en nuestro campo visual aparece un sol maravilloso, se manifiesta con vida propia, con un ritmo y con un constante devenir de colores que siguen unos patrones específicos vinculados nuestra actividad cerebral durante aproximadamente tres minutos. 


Este sol interior, por cierto punto neurálgico de todas las iniciaciones, lo hemos visto usted el suyo y yo el mío, ¿correcto? De hecho como la casa. Lo que ocurre es que podemos demostrar, gracias a los trabajos del Doctor Lefebure, que tiene relación directa con el comportamiento mental, psicológico y espiritual de la persona. Entendido esto, vamos a continuar jugando. Realizamos la experiencia una vez más, los dos miramos la «lámpara fosfénica» treinta segundos y miramos nuestro fosfeno durante tres minutos que es parecido al anterior, no igual, existen sutilezas en los colores, pero podríamos convenir que es parecido.


Ahora haremos un fosfeno usted y yo de nuevo. Usted cerrará los ojos como anteriormente pero yo no. Con los ojos abiertos voy a proyectar mi fosfeno sobre usted, exactamente igual que si, sobre usted pensara en mi casa, sólo que en esta ocasión voy a ver mi pensamiento, el fosfeno. Para su sorpresa su luz interior, su sol interior, cambiará respecto a las experiencias anteriores de una forma excepcional. Se verá claramente modificado, incluso, probablemente vea mi fosfeno dentro del suyo. No es todo. Frecuentemente la persona que realiza la experiencia siente unas sensaciones físicas muy marcadas.


Mi pensamiento se ha exteriorizado y ha sido capaz de modificar su fosfeno. Que espectacular, que impresionante, que caudal energético para utilizar. ¿Que fantástica energía es capaz de, tras treinta segundos, trasladarse e interactuar con una realidad externa de ese modo? La luz, el fosfeno, el Fosfenismo.


Esto que ya de por sí es absolutamente fantástico y revolucionario, no es nada comparado con el descubrimiento de que la energía de la luz, fosfeno, mezclada con un pensamiento, traslada toda la fuerza, toda la energía lumínica, esa capaz de exteriorizarse, al pensamiento asociado. Razón por la cual todas las culturas han mirado la luz, jamás de un modo poético o marginal, nunca únicamente como elemento de supervivencia, siempre como un acelerador de los procesos mentales y vitales. El problema siempre ha sido que hemos vivido la luz con intermediarios, chamanes, gurús, iluminados, y un largo, tedioso y conocido, etc., y el coste de nuestro aprendizaje, de nuestra evolución, se ha encarecido. Es lo que sucede normalmente con los intermediarios.


No hacemos nada sin nuestra mente, nuestras emociones y nuestro espíritu. Así pues, si el fosfeno las amplifica, ¿se imagina lo que podemos hacer con él? Todo. La luz es vida, la vida es luz. 


Si algo es complicado, no es interesante. El Fosfenismo no es complicado, es extenso; analiza todos los procesos de activación de la conciencia. La luz es uno de ellos, pero no el único. Existen otros denominadores comunes en la historia evolutiva de nuestro cerebro utilizados por todas las culturas y religiones que el Fosfenismo explica y pone al alcance de todo el mundo. 


Desde siempre los científicos, los físicos más concretamente, buscan sin cesar lo que denominan las leyes del todo, la teoría unificada, la superfuerza. Con la física cuántica están mucho más cerca de conseguirlo. Actualmente se está hablando de la teoría de las cuerdas y de las supercuerdas, que serían los elementos últimos responsables de la realidad tal y como la conocemos. Lo que las leyes de la física pretenden ser al mundo cuántico son los descubrimientos fosfénicos al mundo espiritual y de expansión de la conciencia. Es absolutamente increíble que miles de científicos trabajen para comprender de que está constituida nuestra realidad física y ninguno se ocupe de las leyes que gobiernan nuestro desarrolló espiritual. Es increíble que no se haya realizado ningún esfuerzo en buscar una síntesis de todo lo que el hombre a lo largo de la historia ha hecho para evolucionar mental y espiritualmente, excepto naturalmente, el Doctor Lefebure. El Fosfenismo explica todas las técnicas iniciáticas a la luz del razonamiento científico para ponerlas al alcance de todo el mundo. Nadie se había hecho eco del hecho de que todas las culturas hayan utilizado la observación cifra de puntos de luz, pero esta constatación ya de por sí importantísima, no sería nada sin la explicación científica del como y el porqué esa luz, anhelada por toda la humanidad, activa nuestro cerebro, nuestra psique y nuestro espíritu.


Por esa razón, no podemos hablar del Fosfenismo como una técnica más, como un método más, como una terapéutica más, del mismo modo que no podemos hablar de la física cuántica de vanguardia en términos de tendencia, de moda o de hipótesis. Tanto uno como la otra escudriñan los cimientos, uno de la espiritualidad y la otra de la realidad física.


Se hace pues más evidente la frase con la que suelo terminar los prólogos de los libros editados al castellano: quien no haya quedado fuertemente impresionado por el Fosfenismo, es que no lo ha entendido.


Francesc Celma
Director de Fosfenismo® España e Iberoamérica


Fonte: http://revistahorizonte.blogspot.com.br

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