terça-feira, 16 de setembro de 2014

As vozes: psiquiatria ou traço da fé religiosa?


As vozes são o grande paradigma das doenças mentais. Acima de qualquer outro "sintoma", seguido das drogas, nenhum outro assunto é tão problemático a psiquiatria e a medicina oficial. A verdade é que o paradigma das vozes não é verdade única da psiquiatria. As vozes também têm valor espiritual, espiritualista. Independente da religião que o for. As vozes são sobretudo 'vozes internas', nenhuma outra coisa.

Portanto, vozes são valorosas para a psiquiatria e para as religiões, para a espiritualidade. Os valores são o mesmo, cada um explica a sua maneira, sem valor de gradação que coloque qualquer uma acima da outra. A espiritualidade é o apontamento primeiro das vozes, assim como das visões e outros fenômenos mediúnicos já conhecidos pelas doutrinas espiritualistas como o espiritismo. As vozes são parte de uma realidade psicológica superior e profunda, que responde as buscas ao subconsciente humano, o além do inconsciente, do inconsciente humano.

As vozes não são sinônimo de doença, não, jamais isso. As vozes e as visões apontam para uma expressão do eu profundo, mais afundo a consciência, próximo da inconsciência, mais que outros fenômenos. Fenômenos todos válidos que expressam o acesso ao eu nas suas camadas mais profundas, que tangem a inconsciência e até a superconsciência,

As vozes são nossa realidade mais profunda, onde se acessa o oculto, oculto da doença, oculto da cura real, o oculto ali mora, e acessá-lo é na verdade um privilégio ao ser humano que o faz ou o contempla.

As crianças e os adultos índigo que o provam o contrário, como as vozes lhes ajudam, as vozes e as intuições. Uma realidade profunda onde o acessam também os superdotados, os gênios, os sensíveis, os poetas, os artistas, também os ascetas, os religiosos, os místicos, todos que acessam o feminino de suas almas, o lado criativo da alma humana. O lado que cria a partir de um princípio Divino, tão especial que o é, UM princípio.

Experimente da melhor forma sua realidade interna e estarás livre para viver e se desenvolver, crescer, ao longo da vida. Outro título para este artigo poderia ser: Nem sempre você é esquizofrênico se ouve vozes.




Todas imagens da busca 'ouvir vozes' no Google imagens.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A auto-observação e o desenvolvimento da mente humana

Se engana quem pensa, quem crê, que a atividade do pensamento é a principal atividade da mente e que isto quer dizer ter saúde, estar bem e estar equilibrado. Não! A atividade do pensamento não é o mais desenvolvido na mente humana; nem mesmo o pensamento é algo insubstituível para o ser humano. A mente pode mais, muito mais do que o simples pensar.



Infelizmente, grande número de pessoas hoje em dia são presas ao pensamento de uma maneira doentia. Estas acreditam que o pensamento é algo insuperável, o que não é verdade. A maioria mal sabe que o pensamento pode sim ser superado. Primeiramente e mais importante, o pensamento é superado pelo silêncio. O silêncio observador não é só a superação do pensamento como é mais benéfico do que o próprio pensamento, pois este nunca chega ao fim.

Mooji, mestre espiritualista

O pensamento é uma das atividades da consciência mas ele não é a consciência. Quanto mais nos tornamos escravos da mente consciente mais ela nos domina e mais ela impõe o pensamento como sua atividade. A verdade é que quanto mais pensamos mais desequilibrados, mais desarmonizados, mais doentes estamos. Os obsessivos são os que mais pensam. Eles querem arrumar solução para tudo mas nunca se colocam na solução. O problema para eles sempre é o de fora, sempre é o outro, enquanto eles dizem para si mesmos que estão bem. Desconhecem que ficaram presos no vício do pensar.


Carl Gustav Jung, psicólogo e médico alemão

As histéricas e os histéricos não são doentes pelo pensamento consciente, mas sim porque seus atos se tornaram inconscientes. Ao invés de pensarem de mais eles se doem por todo o corpo. Há sempre uma parte no corpo do histérico que é mais dolorosa, que é insensível, que não obedece a sua consciência. Os histéricos também foram dominados pela mente inconsciente.

Já os paranoicos, os erotomaníacos e os esquizofrênicos são invadidos pela própria mente de uma forma ainda mais perturbadora. Enquanto os paranoicos acreditam que estão sendo perseguidos e manipulados pelo outro, os erotomaníacos, que são principalmente mulheres, acreditam que o outro os ama mas não declara. O erotomaníaco vê o outro como alguém que lhe ama mas não assume, portanto, ele ou ela está sempre tentando ser objeto de amor do outro. Chega a fazer muitas loucuras em nome desse amor que na verdade não existe.

Por último temos os esquizofrênicos, os autistas e os demenciados de todo tipo. O esquizofrênico tem sua consciência toda repartida. Ele se dividiu em vários. Enquanto parte dele está fazendo uma atividade outra parte está mergulhada em pensamentos. Pensamentos que são é claro desnecessários e o atrapalham na tarefa que executam pois não permitem que ele esteja plenamente consciente. O esquizofrênico se tornou vários e isso é sua doença. O autista é um dos casos extremos de doença mental. O inconsciente o dominou de tal maneira que ele repete através de manias e gestos com o corpo o domínio do inconsciente sobre a consciência. Ele balança a cabeça, os braços, faz barulhos e ruídos diversos, tudo isto porque o inconsciente dominou sua consciência.

Os dementes são os que tem esquecimento crônico, como os que sofrem de Alzheimer, de Parkinson e outras que afetam sobretudo as regiões vasculares do cérebro. Além de alguns casos congênitos, pessoas que nascem com esta deficiência, e ainda os retardos  e atrasos mentais. Nas demências, a consciência se esvai, como que se perdesse num redemoinho de ralo de banheiro junto com a água. É preciso um trabalho terapêutico longo e continuado com todas estas enfermidades mentais que listei, sobretudo as demências já que são doenças que têm grande tendência a piorarem ainda mais. Os dementes são dominados pela inconsciência e a consciência tem forte tendência a se perder mais.

Como então mantemos a consciência sobre o inconsciente? Como dominamos a mente de tal forma que não ficamos escravos dos pensamentos e de outros atos repetitivos e doentis? Primeiro e antes de tudo através da auto-observação consciente. A auto-observação é a tarefa mais nobre e elevada da mente humana, de todo o aparelho psíquico humano. Se eu me auto-observo por maior parte de tempo possível, o inconsciente não se manifesta e assim a consciência cresce, se desenvolve e se sobressai sobre qualquer adoecimento.

Porém, a auto-observação não é feita pelo pensamento. Não é pensando o tempo todo que me torno mais consciente. O pensamento é mesmo desnecessário quando pratico a auto-observação. 

A auto-observação é feita pelos sentidos - pela visão, audição, tato, olfato, paladar e pelo sexto sentido, a intuição. É pela auto-observação através de nossos sentidos que alcançamos um desenvolvimento maior no nível mental. Nos tornamos assim mais conscientes e menos inconscientes, ou seja, qualquer tipo de adoecimento se afasta de nós a medida que crescemos em consciência.

A auto-observação é silenciosa, não precisa de barulho algum. O que é preciso é observar a si mesmo, fazer a vigilância de si mesmo, através dos sentidos que temos, assim observando não só o nosso interior como também o mundo a nossa volta, o externo. Aos poucos, quando nos desenvolvemos nesta prática, o pensamento se torna secundário, fica em segundo plano. O silêncio aumenta junto com a observação e a mente também fica silenciosa. Este é o princípio básico de todas as meditações e também dos exercícios físicos que requerem maior concentração como a ioga.

Todos os povos e civilizações anteriores a nossa descobrirem estes segredos. Todos eles desenvolveram técnicas de meditação e exercícios para promover o desenvolvimento de todo o organismo (mente e corpo). A história demonstra que os povos que prosperaram foram os que praticaram mais a meditação, ou seja, esta capacidade inata do ser humano de se auto-observar. Portanto, façamos a nossa parte e aprendamos de uma vez por todas que não é a mente funcionando a mil, com pensamentos e mais pensamentos, que leva a algum desenvolvimento. A mente é riquíssima mas o pensamento é só uma pequena parcela que carregamos em nosso ego. A consciência tem poderes e capacidades estupendas, fantásticas, basta que nós deixemos ela se manifestar naturalmente, com calma, silêncio e auto-observação.


No mais desejo que continuemos firmes em Nossa Fé, firmes Nele, chamemos ele como quisermos: Krishna, Jesus, Jeová, além de outros mestres como Buda e espiritualistas avançados na prática espiritual. Se estivermos com nossa consciência voltados a Ele, sobretudo na meditação silenciosa, tudo que precisamos obteremos. Se você pensar demais nuvens se formam sobre sua cabeça; isto é tão verdade quanto qualquer outra coisa, tenha fé n´isso. Isso é outro nome para o que a medicina e a psicologia chamam de Self, o Eu Superior, ou o Eu Sou como alguns espiritualistas costumam chamar.