No princípio, a matéria, ignorante de sua origem e destino, resiste à chama viva que arde em seu seio. Só após inumeráveis ciclos de existência na escuridão, vai aos poucos reconhecendo a presença silenciosa, o poder inabalável do espírito dentro de si. A cura interior prevalece quando a matéria se rende à luz do espírito. A matéria assume assim seu processo de redenção e finalmente se diviniza.
A neutralidade imanente na luz, o confronto entre luz e matéria e seu desfecho glorioso podem ser assim descritos, em linguagem poética e profética:
A matéria resiste. A luz prossegue.
A matéria organiza a reação. A luz prossegue.
A matéria não encontra o inimigo para a luz. A luz prossegue.
A matéria perturba-se. A luz prossegue.
A matéria volta-se contra si. A luz prossegue.
A matéria degenera a si mesma. A luz prossegue.
A matéria vê a destruição. A luz prossegue.
A matéria vê a luz. A luz prossegue.
A matéria compreende. A luz prossegue.
A matéria rende-se. A luz prossegue.
A matéria se revitaliza. A luz prossegue.
A matéria acolhe a luz. A verdadeira vida tem início.
Anjos e deuses estendem as mãos, e os puros conseguem tocá-las.
José Maria Campos (Clemente) - médico e frei da Ordem Graça Misericórdia
Do livro "Terapêuticas para Regeneração Celular", de .
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